sábado, 15 de dezembro de 2012

Estudo conclui que Black Friday foi um engodo




 Criada em 2005, nos Estados Unidos, para oferecer descontos massivos, tanto no varejo online quanto offline, a Black Friday acontece sempre no dia seguinte ao Dia de Ação de Graças e simboliza o início das compras de Natal, ou seja, se tornou a data em que mais ocorrem compras no ano. A terceira edição brasileira foi realizada em 23 de novembro e, apesar de ter movimentado R$ 150 milhões, o evento apresentou alta de 0,26% no preço de 1.728 produtos.



 Os dados são resultado de estudo elaborado pelo Provar/FIA - Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração -, em parceria com a Felisoni Consultores e Associados e a Íconna, empresa de monitoramento de preços no e-commerce. De 12 a 30 de novembro, foram analisadas as oscilações de preços de diversos bens duráveis nos sites dos 12 principais varejistas do país e constatou-se que, na Black Friday, houve uma alta nos preços.

 Divididos em 5 períodos, o monitoramento foi feito entre as seguintes datas:

1º período - 12 a 20/11

2º período - 21 a 22/11

3º período - 23/11 - Black Friday
4º período - 24 a 25/11
5º período - 26 a 30/11


 Comparando estes estágios, os pesquisadores verificaram que, duas semanas antes do principal dia de descontos, houve uma alta de 8,5% nos preços de produtos nas lojas online e na Black Friday os valores foram elevados em 0,26%.

 "Durante o estudo esperava-se que os preços fossem todos superiores aos da Black Friday. Porém, no primeiro período, os valores eram bem menores, -7,8%. Em todos os outros intervalos monitorados, as variações de preço foram insignificantes para os consumidores", afirma Claudio Felisoni, presidente do Conselho do PROVAR/FIA e autor da pesquisa.
 Outro dado interessante observado no estudo é que 47,5% dos produtos verificados não sofreram qualquer alteração de valor por conta da Black Friday. Somente 2,8% dos itens analisados tiveram comportamento típico de promoção pontual, porém o desconto médio foi de pouco mais que 6%.

 Em sentido contrário ao dia de desconto, 5,1% dos produtos verificados sofreram alta média de 5,6% nos valores, 2,3 p.p a mais do que os produtos que tiveram real desconto.
Por fim, foi constatado que 92,2% de itens não tiveram o preço alterado durante a promoção Black Friday.            "O comportamento monitorado não permite afirmar que houve de fato uma promoção sob os auspícios da marca Black Friday. Se percebido pelos compradores, tal comportamento acaba por desacreditar tais iniciativas", conclui Felisoni.


Como tudo que acontece no Brasil, era previsível que a Black Friday também seria um fiasco. Quem não viu a Saraiva anunciando "Frete Grátis a 2,99?" Não bastasse as ofertas não serem reais, muitos dos sites participantes não apresentaram estrutura necessária para atender a demanda e, assim, permaneceram com lentidão a maior parte do tempo, ou offline, como aconteceu com o submarino. Considerando que esses sites possuem 364 dias para se prepararem para o evento, é absurdo que esse tipo de coisa aconteça. Ainda assim, o volume das vendas foi superior ao do ano passado, o que mostra que enganar o consumidor realmente funciona nesse país. 
Eu comprei livros. Comprei meeeeesmo. Se fosse para comprar aqui, sairia mais caro (ou eu nem ia chegar a ter os livros), então, mesmo se eu tiver sido enganada, compensou. Além disso, foi mais pra uma "Black Saturday", já que na sexta o submarino não funcionava de maneira nenhuma. Normal. Afinal de contas, não se pode exigir muito de um país que ficou em penúltimo lugar no ranking global de educação.


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