sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Resenha - Para Todo o Sempre



Sinopse - Para Todo o Sempre - Thierry Jonquet - Editora A Girafa

Anabel é uma jovem enfermeira que acaba de sair da prisão e está se recuperando da perda de um ente querido. Para se sustentar ela trabalha em uma loja de piercing. Anabel não tem muitas perspectivas de vida, mas no momento em que conhece o sr. Jacob, proprietário de uma agência funerária, um novo emprego e novas relações vão ajudá-la a se livrar do passado. Longe dali, em uma prisão, está um irmão de Jacob, que após 40 anos preso, ganha a liberdade. Quando sai, Ruderi ? então um homem velho ? será perseguido por Oleg, um perigoso asssassino profissional. Contando com o relacionamento de Jacob com Ruderi, Oleg irá perseguir também Anabel, pois ela é a isca perfeita para o matador chegar a seu alvo. É aí que Anabel descobrirá o segredo milenar que envolve os irmãos desde tempos imemoriáveis: embora não sejam imortais, eles envelhecem num ritmo muito lento, e podem também controlar a ação do tempo. Esse segredo parecerá a Oleg, a quem os médicos deram pouco tempo de sobrevida, a resposta que ele tanto procurava. 




O livro é narrado em terceira pessoa e já começa nos contando que Anabel, mesmo em seu leito de morte, jamais se esqueceria do senhor Jacob.

 No decorrer da história, somos apresentados aos três personagens principais: Anabel; senhor Jacob; e Oleg. Anabel é uma ex-presidiária que costumava trabalhar como enfermeira até que se envolver nos crimes cometidos pelo seu namorado Marc e se embrenhar em uma fuga da polícia que resultou na morte de Marc.

“'Quando ele morreu, senti que haviam arrancado metade de mim mesma, entende? ’, prosseguiu. ‘Não é uma fórmula, uma expressão, uma maneira metafórica de dizer as coisas; refiro-me a uma sensação física, uma amputação. Você compreende?’” p. 40

 “[...] De Marc, só restara um esqueleto. A carcaça, o substrato fundamental, a estrutura de vinte e poucos anos de vida, como o esboço de uma escultura – que ninguém jamais iria modelar, levado pela ternura, pela afeição – o condenariam ao isolamento eterno num caixão de carvalho com alças de cobre, onde fora parar graças a algumas balas de nove milímetros recebidas no meio do peito, disparadas pelos guardas.” P.112

Depois de sair da prisão nenhum hospital quis contratá-la, obrigando-a a trabalhar em uma loja de piercings e tatuagens, com um homem medíocre e acabado como chefe. Anabel não possuía nenhuma meta, não estava satisfeita com a vida que levava mas também não fazia nada para mudá-la. Até que conheceu o senhor Jacob, um homem de idade indefinida, cuja maior característica era não possuir característica alguma que o destacasse da multidão.

“[...] Fisicamente era muito expressivo, como se podia perceber. Quanto ao resto, seria árduo demais o trabalho de descrevê-lo, que desencorajaria o mais persistente dos biógrafos diante da amplidão de fatos a revelar [...]. O que dizer, então, do senhor Jacob? Tinha, com certeza, uma aparência supercomum.” p.11 e 12

O senhor Jacob era dono de uma agência funerária, próxima ao local em que Anabel trabalhava. Por mero acaso, embora ele tivesse a certeza de que um dia os dois conversariam, Anabel e o senhor Jacob se conheceram e, a partir daí, ele passou a ajudá-la a melhorar de vida e se desprender do passado.

“Não hesite, há momentos na vida em que é preciso aceitar a mão que nos estendem” p. 172

 Já Oleg é um matador profissional, vítima de Chernobyl e, devido a isso, possuía um grave problema de saúde. Ele é contratado para assassinar Ruderi, um homem que logo seria libertado da prisão após cumprir 40 anos de detenção e que possuía certa relação com o senhor Jacob. Oleg, em suas investigações, acabou por descobrir uma estranha “habilidade” que Ruderi possuía e que poderia vir a beneficia-lo. Perseguindo Ruderi, ele chega até o enigmático senhor Jacob e consequentemente á Anabel.
O livro fala bastante sobre a morte, já que um dos personagens é um agente funerário “ligado eternamente á morte”. O segredo do senhor Jacob fica meio óbvio desde o começo do livro, mas ainda assim há mais coisas a se descobrir e vale a pena dar uma conferida. Pelo o que eu vi no skoob  o livro não é conhecido, não sei por que motivo. Não tive nenhuma razão especial para comprá-lo, foi meio que ao acaso, mas gostei bastante da leitura, mesmo tendo uma ou outra cena desagradável para mim. Enfim, vou terminar a resenha com mais uma citação legal que tirei do livro:

“É preciso respeitar a morte, Anabel, respeitá-la profundamente, saber cuidar dela, domesticá-la. Ela não é tão cruel assim, acredite.” P. 180

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