Uma lenda do rock pesado, o cinqüentão Judas Coyne coleciona objetos macabros: um livro de receitas para canibais, uma confissão de uma bruxa de 300 anos atrás, um laço usado num enforcamento, uma fita com cenas reais de assassinato. Por isso, quando fica sabendo de um estranho leilão na internet, ele não pensa duas vezes antes de fazer uma oferta.
"Vou ´vender´ o fantasma do meu padrasto pelo lance mais alto..."
Por 1.000 dólares, o roqueiro se torna o feliz proprietário do paletó de um morto, supostamente assombrado pelo espírito do antigo dono. Sempre às voltas com seus próprios fantasmas - o pai violento, as mulheres que usou e descartou, os colegas de banda que traiu -, Jude não tem medo de encarar mais um.
Mas tudo muda quando o paletó finalmente é entregue na sua casa, numa caixa preta em forma de coração. Desta vez, não se trata de uma curiosidade inofensiva nem de um fantasma imaginário. Sua presença é real e ameaçadora.
O espírito parece estar em todos os lugares, à espreita, balançando na mão cadavérica uma lâmina reluzente - verdadeira sentença de morte. O roqueiro logo descobre que o fantasma não entrou na sua vida por acaso e só sairá dela depois de se vingar. O morto é Craddock McDermott, o padrasto de uma fã que cometeu suicídio depois de ser abandonada por Jude.
Numa corrida desesperada para salvar sua vida, Jude faz as malas e cai na estrada com sua jovem namorada gótica. Durante a perseguição implacável do fantasma, o astro do rock é obrigado a enfrentar seu passado em busca de uma saída para o futuro. As verdadeiras motivações de vivos e mortos vão se revelando pouco a pouco em A estrada da noite - e nada é exatamente o que parece..
Jude é faz o tipo rockeiro satanista. Coleciona os mais diversos
objetos relacionados à morte e ao ocultismo. Quando Danny, seu secretário, o
informa do leilão de um terno assombrado pelo fantasma de seu antigo dono, ele não hesita em
comprá-lo. Jude acha estranho como a informação do leilão chegara até ele,
através de um e-mail, mas não se importa com esse detalhe. Esses tipos de objetos amaldiçoados sempre chegavam até ele de um jeito ou de outro e, para manter sua imagem de "rockeiro", era preciso possuir tais coisas.
No começo, é possível imaginar que Jude fez por merecer para
receber aquele fantasma, mas conforme vamos lendo o livro, é perceptível que
ele não é o vilão da história obviamente, já que é dificil o protagonista ser vilão. Como George R. R. Martin e o próprio pai de Joe
Hill, Stephen King, seus personagens não são estereotipados. Nem de todo bons,
nem de todo maus.
O paletó finalmente chega a casa de Jude e logo ele percebe
que algo de macabro estava presente naquele objeto. Havia realmente o espírito de um homem morto
ali, um homem que propositalmente voltara para assombrar Jude e assassiná-lo
para vingar a morte da sua afilhada, Anna (ou Flórida), que se suicidara a
pouco tempo. Para Craddock, o homem morto, Anna havia se matado por causa de Jude.
“[...] eu estou morto
e você vai morrer você vai ouvir minha nossa voz e vamos viajar juntos na
estrada da noite para o lugar final onde o vento geme por você por nós vamos
caminhar para a beira do buraco [...]” ( Ignorem a falta de pontuação,
aparentemente não há pontuação lá do outro lado)
Jude precisa fugir e tentar descobrir como se livrar do
fantasma, que deseja não só matar a ele, como também a sua namorada gótica,
Marybeth (ou Geórgia, ele apelidava as namoradas com o nome do estado de origem
delas).
Craddock não assombrava simplesmente Jude, quando vivo, ele era um hipnotista, capaz de obrigar qualquer um a
fazer o que ele quisesse. Se ele te dissesse para cortar os dedos fora, você o faria, e sem hesitar. Mas era possível superar essa força hipnótica do
morto. Com música.
“– O mundo inteiro
é feito de música – diz ela. – Somos todos
cordas numa lira. Nós ressoamos. Cantamos juntos.[...]”
E já que Jude foi sempre tão ligado a música, desde a infância para ser mais específica, várias bandas
são citadas no livro, como por exemplo, Nirvana, Foo Fighters e My Chemical
Romance. Eu que gosto bastante do estilo, adorei isso. Não sei se Joe Hill realmente gosta dessas bandas ou se apenas colocou
no livro por causa do personagem que é ligado ao meio, mas eu gostei de ver as bandas serem citadas. O livro é muito bom e a editora adaptou bem o título que originalmente é Heart-Shaped Box (deve ser referência ao Nirvana, de novo), já que
o paletó foi enviado em uma caixinha preta em forma de coração, mas A Estrada
da Noite também tem tudo haver com a história.
Como estamos falando de música e citando tantas bandas, também deixo aqui o clipe da música presente no nome do livro para quem quiser relembrar um pouco do Nirvana:
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