Desde que "O Código Da Vinci" se transformou no romance mais vendido da história, Dan Brown também tem seus próprios códigos: religião e arte voltam a atrair o olhar de Robert Langdon em "Inferno", mas o autor reivindica a compatibilidade entre complexidade e best-seller. O livro tem previsão de lançamento no Brasil no dia 20 de maio.
"Não há nada mais difícil que escrever um livro fácil de ler", declarou Brown. "Pelo contrário, é muito fácil escrever um livro difícil de ler. O truque para que as páginas voem tem muito a ver com mostrar algo novo em cada página", acrescentou.
Brown, especialista em tecer tramas que não deixam o leitor respirar, esquadrinha desta vez a complexa estrutura da obra-prima de Dante Alighieri, "A Divina Comédia", e toma de sua primeira parte a inspiração para passear e interpretar as ruas de Florença, onde desperta sem memória seu personagem fetiche: o catedrático de Simbologia da Universidade de Harvard, Robert Langdon.
Intrigas de poder que unem as desmoralizações do século 14 com as do 21 surgem em "Inferno".
| Jeff Christensen/Associated Press | |
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O escritor Dan Brown |
Brown leu Dante na adolescência, mas apenas há pouco tempo entendeu a influência definitiva que tinha para a modernidade esse passeio de Virgilio pelos nove círculos que conduzem ao reino de Satanás.
Foi então que decidiu investigar o que poderia encontrar ali seu alter ego Langdon, ao ver tão claramente reunidos todos os elementos de sua mágica equação: arte, religião e conspiração.
"A arte imita a vida e a vida imita a arte. A arte funciona como um reflexo do que realmente estamos pensando e, em muitos casos, a religião funciona da mesma maneira. É um reflexo de perguntas para as quais seguimos clamando respostas", refletiu Brown.
Após convencer com sua análise de "A última Ceia" de Leonardo da Vinci o número recorde de 81 milhões de leitores, de estrear em "Anjos e Demônios" e manter o nível em "O Símbolo Perdido", o escritor e Langdon chegam ainda mais audazes a esta mefistofélica trama.
Transformado em milionário (com seu sucesso atual editou obras do passado como "A Fortaleza Digital" e "Ponto de Impacto"), não tem a crítica ao seu lado, mas também não se preocupa. "Escrevo o livro que eu gostaria ler. Só espero que o leitor tenha o mesmo gosto", disse.
E, após a rentabilidade comercial das adaptações cinematográficas de "O Código Da Vinci" e "Anjos e Demônios", dirigidas por Ron Howard e protagonizadas por Tom Hanks, já espera que "Inferno" se transforme no terceiro filme baseado em sua obra.
"Tenho certeza que haverá um filme de 'Inferno'. Estes livros são muito cinematográficos e neste acontecem muitas coisas que se desenvolvem em cenários espetaculares que funcionam muito bem no cinema", assegurou.